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- A maior história de guerra que conheço
terça-feira, 11 de março de 2014
Há
incríveis relatos de guerra ao longo da História. Guerreiros fortes que lutaram
até a morte por um ideal. Outros que com tão poucos soldados venceram grandes
exércitos, valentes guerreiros foram quase lendários, tanto pela resistência
que tiveram, como pela honra que demonstraram à sua nação. Quem nunca se
impressionou ao ouvir relatos como dos 300 de Esparta, ou os 300 de Gideão...
Porém, para mim, a mais surpreendente história de guerra foi a de uma guerra
que não aconteceu.
Era um
período difícil, os povos da Antiguidade viviam em guerra - matava-se ou
morria, sempre era caso de vida ou morte. Essa incerteza rondava reis, seu
exército e o povo que desejava um basta na ansiedade por não saber se amanhã
sua amada terra seria invadida por homens cruéis. Que glória era voltar de uma
guerra a salvo, que satisfação era poder descansar sabendo que seu inimigo foi
vencido (pelo menos por um longo período). No entanto, nada se compara ao
relato da guerra que deixou de ser um derramamento de sangre e lágrimas, por
algo oposto a um massacre...
Certa
ocasião, quando o rei da Síria havia declarado guerra a Israel, ele suspeitava
que um dos seus próprios soldados era espião ou traidor. Toda vez que o
exército sírio montava acampamento para atacar Israel inesperadamente (que
excelente estratégia de guerra!), eles se frustravam, pois Israel jamais
passava por ali. Várias vezes isso acontecia, então o rei da Síria ficou
perturbado: “Digam-me quem de vocês está do lado do rei israelita!”.
Entretanto, um dos seus servos declarou-lhe a verdade: “o fato é que há um
profeta, para os lados de Israel, que declara ao rei deles os segredos de
guerra que vossa majestade conta para seus homens de maior confiança. É ele
quem alerta ao nosso inimigo a não passar por onde nos instalamos.”. O rei pode
apenas dar uma ordem, em um tom severo e cheio de fúria: “Prendam a este
profeta! Reúnam nossos melhores soldados, tomem os carros e cavalos, quero a
cidade principal deles sitiada ainda hoje!”.
O rei de
Israel nada sabia a respeito, desta vez parecia que todos iriam sucumbir pelas
mãos violentas de um inimigo cruel. O sábio profeta estava em uma colina em
Dotán, quem sabe instruindo ao seu servo, contando-lhe suas experiências, de
como ser amigo d’Aquele que é mais poderoso que mil exércitos de cavaleiros,
Ele que é tão maravilhoso, que “nunca narra a história da vida” do mesmo jeito,
sempre nos dá um final surpreendente. Repentinamente, escutaram um ruído, que a
cada momento se tornava mais alto. Era um barulho que fazia seus corações acelerar,
seu sangue gelar, sua alma tremer, não restavam dúvidas – um exército
inumerável se aproximava.
Quantas
vezes em nosso dia-a-dia nos deparamos com situações semelhantes ao prenúncio
de uma guerra? Pessoas levantam-se contra nós, e a situação parece ser tão
complicada, que nos sentimos acuados como prisioneiros de um exército. Há
piores momentos que esse? Sabemos que somos inocentes quanto ao fato, mas há
falso testemunho a nosso respeito, e o pior, não há como nos defendermos, pois
muitos fatores nos impedem, como por exemplo, a controvérsia por sermos como
somos, com esta e aquela característica da personalidade, o que nos torna
suspeitos em potencial.
Todavia, mais difícil ainda, é
quando aqueles que amamos, aos quais somos leais, se voltam contra nós. Mesmo
em coisinhas simples do cotidiano. Uma guerra interior pode ser travada quando
não conseguimos expressar nossos pensamentos com clareza. Aquela pessoa que
pensávamos ser tão íntima, não fala mais a nossa linguagem. Aquele alguém que
sempre admiramos, parece sentir-se incomodado ou ferido por sabermos o que
sabemos, ou sermos quem somos. Em um relacionamento, o homem ou a mulher pode
querer se destacar por uma ou outra qualidade, porém não mais para
“impressionar” a pessoa amada, mas para não ficar “por baixo”. Como vencer essa
guerra interior, que por fora mais parece guerra de sexos? Voltemos à
história... (na próxima semana)