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- A maior história de guerra que conheço - Parte II
segunda-feira, 17 de março de 2014
Era noite quando escutaram aquele prenúncio de derramamento de muitas lágrimas. Pela manhã, o servo do profeta levantou-se e viu que a cidade estava sitiada. Retornando, disse ao seu mestre: “Ah, que faremos? Eles estando vindo para cá!”. O profeta, confiante no seu Mestre, respondeu: “Não tenha medo, maior são aqueles que estão conosco do que os que estão com eles”. Maior? Nós somos apenas dois homens pacatos, eles são uma multidão treinada para matar quem se opõem pelo caminho - talvez tenha pensado aquele discípulo. Antes dele esboçar algum comentário sobre a situação, o profeta disse em voz tranquila em oração: “Eu lhe rogo, Senhor, que abras os olhos dele para que veja”. Então o criado viu que no monte onde estavam havia cavaleiros e carros de fogo ao redor deles. Quando o profeta percebeu que o inimigo se aproximava dali, disse: “Peço-te que eles fiquem cegos, que não descubram quem nós somos”.
Assim,
declarou o profeta aos homens: “Não é este o lugar que procuram, sigam-me que
vou guiá-los até o homem que buscam”. Impressionado, o servo seguiu também,
ansioso para ver o que aconteceria, mas pouco apreensivo com medo de que
descobrissem quem eles eram antes de chegarem à cidade e estarem a salvo.
Quando chegaram a Samaria, o profeta, mais uma vez, orou: “Senhor, abra os
olhos destes homens para que vejam”. Eles olharam em volta e se deram conta de
que estavam no meio da cidade inimiga. Nada poderiam fazer, estavam cercados
por israelitas.
Aproximando-se o rei de Israel, perguntou ao sábio profeta: “É
nossa oportunidade de matar a todos eles?”. O profeta disse: “Majestade, não os
mate. Matarias aqueles que tomaste cativo com vossa espada e vosso arco?”.
“Tens razão”, replicou o rei. “Sábias palavras, meu caro vidente”, disse o rei
enquanto ouvia atento os conselhos que só poderiam ter origem no Senhor dos
Exércitos. “Então o farei”. “Cavalheiros!”, disse o imponente rei, venham a um
banquete preparado especialmente para vocês. Hoje comeremos juntos, quero que
saibam que não há motivo para guerra, que embora tenhamos lutado durante anos,
esse momento é para todos nós, uma ocasião singular e não mancharei com o
sangue de ninguém.
Houve um vasto
banquete. Atônitos que estavam desde que chegaram, os soldados sírios ficaram
ainda mais pasmos quando perceberam que aquele banquete não era uma miragem ou
o início de um sonho trágico, mas uma estranha e prazerosa realidade. Comeram,
beberam, e voltaram ao seu rei. A partir deste dia, nunca mais foram
registrados nas crônicas do rei de Israel o ataque pela Síria. Nunca mais
vieram as bandas armadas da Síria à terra israelita.
Que
história! Ter o inimigo “na palma das mãos”, aqueles que tanto nutriram ódio
por você, e antes de dar-lhe o pago merecido, deu-lhes benevolência, honra,
perdão. Essa linda história de guerra, da guerra que virou banquete, pode nos
dar a chave para nossos relacionamentos. Certamente, um inimigo vencido espera
a morte, não espera nada de bom daquele que o venceu. No entanto, ao quebrar
com essa expectativa, conquista-se um exército inteiro, uma nação, um rei. Se
um rei sedento por sangue teve sua ira aplacada, quando mais aqueles com os
quais nos relacionamos. No auge do estouro de uma guerra, ofereça um banquete.
Dê ao outro o que ele jamais esperaria, sua humildade, seu reconhecimento de
quem ela(ele) é para você. “Convide-o para uma linda refeição.” Os dois não
irão apenas saborear delícias ao paladar, poderão conhecer a doce paz de viver
na harmonia vinda direto do Senhor dos Exércitos.