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- O forasteiro
quarta-feira, 25 de junho de 2014
O forasteiro se aproximou de mansinho. Montou acampamento.
Acendeu uma fogueira. Entre um assobio e outro contava causos e enlaçava
olhares.
Ela vivia ali há anos. Pouco saia a passeio. Responsável,
costumava cuidar da ordem do espaço. Mas, ele com suas historietas e hábitos
desordeiros a perturbava e inquietava os moradores mais distintos.
O cheiro de fumaça, plásticos ao vento, músicas com
palavreado carinhosamente vulgar. Espaçoso, foi ficando. O que seria um fim de
semana tornaram-se meses. Os trejeitos que antes perturbavam a muitos, passaram a
ser familiares. Ele coalhou o leite. O lugar perdeu o sabor de tranquilidade.
Desentendimentos entre os pares foram acolhidos à rotina. Ela ausentava-se entre um ruído e outro, mas retrucava com os patrões. Ali não era lugar para aquele moço! Mas, eles toleravam com bom gosto: “que mal há em tê-lo por perto?! A sua influência poderia não ser tão boa, mas será que seria de todo ruim?!”
Desentendimentos entre os pares foram acolhidos à rotina. Ela ausentava-se entre um ruído e outro, mas retrucava com os patrões. Ali não era lugar para aquele moço! Mas, eles toleravam com bom gosto: “que mal há em tê-lo por perto?! A sua influência poderia não ser tão boa, mas será que seria de todo ruim?!”
Ela mudou- se. Simplesmente não conseguia permanecer.
Esperançosa passava sempre por perto- quem sabe poderia voltar?! O lugar tão amado de sempre,
continuava a ser amado de longe. Entre uma visita e outra ela perfumava o
espaço com sua quietude, mas o lugar já não era o mesmo; seus patrões pareciam
estar de férias em serviço.
Um pensamento vez ou outra chega pé-ante-pé e encosta-se
quase imperceptível. Por um motivo ou outro o campo de nossas mentes o acolhe.
Desatentos, deixamos que ele acenda fogueiras, perturbe a nossa paz e insinue
as nossas crenças e princípios mais sólidos no Pai que eles não precisam ser os mesmos
sempre. E de repente a paz vai embora. Não sem antes, por meio do amor de Deus, nos avisar que há algo de errado, de nos cutucar e nos fazer perceber que ela
está indo, não apenas por um momento costumeiramente curto, mas por tempo
indefinido.
O mesmo também
acontece com os sentimentos. Há aqueles que nos fortalecem; que trazem as
nossas convicções voz própria, tom de benção. Há outros que tentam ferir nossos corações e desarrumar esse jardim
secreto, lugar de comunhão com Deus.
Você é uma fonte de jardim, um poço de águas vivas, que descem do Líbano.
Acorde, vento norte! Venha, vento sul! Soprem em meu jardim, para que a sua fragrância se espalhe ao seu redor. Que o meu amado entre em seu jardim e saboreie os seus deliciosos frutos. #Ct 4:15-16
Só Ele pode cultivar em nós os frutos mais excelentes! Que haja liberdade em nossos jardins para o agir do Espírito Santo de Deus, em todos os momentos.
Abraços de paz!
Bárbara Uinan