Uma vida baseada em tantas saudades, despedidas, idas e novas vindas. Pareço predestinada ao adeus, mas que no fim, tudo seja a Deus mesmo... E quantos fins... Fins irrevogáveis, fins para novos começos, fins que são meios para chegar onde se precisa. Dizer tchau a um amigo, a um ente querido, deixar ir quem se ama, não poder despedir... Tantas saudades! Querer ver, querer apertar, não poder tocar... Olhar e lembrar, rir, rememorar e até chorar... Tantas saudades! As saudades vêm porque as marcas ficam daqueles que se vão. Bons olhares, loucuras, cumplicidade, desabafos, tantas saudades! Saber que os próximos dias nunca serão iguais e que vamos acostumar com novas igualdades de dias, outros virão até que eles se vão também e talvez até voltem, por um tempo, por muito tempo ou nenhum tempo, nunca se sabe, são tantas as saudades... Velhos amigos começarão novas histórias, mas sempre estarão na sua, mesmo que a frequência diminua, mesmo que o laço se torne mais fino, não morre, é forte, deixa seu ensino, tantas saudades! O coração aperta outra vez, o íntimo nó na garganta, prender não adianta e tantas memórias se refazem: com um cheiro, um movimento, um déjà vu, uma imagem, uma reação, uma voz e até uma desconhecida canção, tantas saudades! Lá se vão, desamarrados em meu coração que vela em oração para vê-los crescer, crescer, frutificar, multiplicar, o que é bom  precisa se compartilhar, tantas saudades! E ao vê-los tão longe de meu abraço e tão perto de seu sonho e propósito, hei sempre de dizer que por mais que eu vá sofrer sempre vai valer sentir tantas saudades!

Ósculos em lágrimas,

Iky Fonseca