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- Rabiscos de Sábado: Setembro Amarelo
sábado, 16 de setembro de 2017
Muitas pessoas sobrevivem. Caminham, trabalham, comem, bebem e vivem
apenas do lado de fora, mas por dentro, experimentam um inverno emocional sem
fim. Os ventos fortes das incertezas e medos, dizem que não vale mais a
pena. Sussurram que a dor vai acabar,
através de um passo que leve a queda definitiva. As dores não superadas são
como grilhões arrastados, dia sim e dia também. Silenciosos, em sua maioria
camuflam a dor com um simples “tudo bem; tudo indo; tudo na paz; vou
caminhando, cantando e seguindo a canção”, quando questionadas sobre o estado
atual de suas emoções.
Se ainda há ar
Se ainda há vida
Então não acabou
Ainda há saída
Para a mãe e seu filho
Para a vó tão sozinha
Para o homem caído
Para o tempo perdido [...]
Ainda há tempo
Ainda há tempo sim
Ainda Há Tempo - Marcela Taís
A campanha Setembro Amarelo, acontece no Brasil desde 2015 objetivando a conscientização sobre a prevenção do suicídio, bem como, a divulgação crítica sobre o aumento do quantitativo desses casos. De acordo com o site do movimento, gerido pelo Centro de Valorização da Vida - CVV, atualmente acontecem 32 suicídios por dia em nosso país e, a Organização Mundial de Saúde, pontua que entre 10 casos, 09 poderiam ser evitados através de ações preventivas. Pessoas com tendências e / ou pensamentos suicidas estão nos ônibus;
curtem suas fotos nas redes sociais; esperam a vez na fila do supermercado;
participam de Ministérios de Jovens, Adolescentes, Casais e outros mais;
conhecem a Deus, mas não acreditam 100% em seu amor; têm cargos e altos
salários ou perderam tudo em meio a crise financeira; desfrutam da fama e
beleza que a juventude gera; passam dias presas no silêncio de seus quartos e
casas sem serem notadas; vivem momentos dolorosos em total solidão e, muitas
vezes, postam fotos milimetricamente calculadas para evidenciarem uma das
maiores mentiras sinceras do nosso tempo: a felicidade. Você conheceu alguém
assim? Já esteve nesse lugar de quase fim? Aproveitou uma oportunidade para
dizer que ainda havia tempo e que apesar dos pesares, a vida sempre vale a
pena?
Muitos abrem mão da vida, enquanto as vozes de fora lamentam o fato de que o individuo tinha uma vida pela frente, mas por dentro a falta de sentido para seguir vivendo, justifica uma atitude definitiva diante de problemas temporários. Hoje, estamos no mês onde este tema ganha destaque na mídia nacional e, de modo geral, somos convidados a refletir sobre os problemas de saúde mental como uma epidemia do século XXI. Precisamos entender que independente de campanhas temáticas e cores que nos alertam de alguma forma, esse ato é recorrente tornando-se mais comum e midiático, considerando que algumas pessoas em 2017 transmitiram seus suicidios, através das redes sociais. Ansiedade, depressão, síndrome do pânico, fobias sociais ou não, problemas familiares, traumas gerados por abusos físicos e emocionais, entre tantas outras situações são gatilhos que detonam o suicídio com uma escolha feita por homens, mulheres, adolescentes, jovens, crianças e idosos.
Tenha atenção para dor camuflada
de alguém que pode estar muito perto. Escolha ser amado e ajudado se estiver
passando por um momento de dor, onde nada faz sentindo, inclusive a vida. Seja sal e luz (Mateus 5: 13-14) em um mundo
carente de pessoas sensíveis, umas com as outras. Não limite seu entendimento diminuindo as tristezas alheias como tolices, manhas e dramas. Usemos nossa mão
no resgate dos nossos irmãos, sem esquecer de deixá-la estendida para que os
que estão do nosso lado, também possam nos socorrer das circunstâncias que
podem nos levar para morte, antes da sua verdadeira hora.
Beijos e Queijos,
Gratidão ao Guilherme Bandeira, pela liberação do uso de
seus cartoons nos meus "Rabiscos de Sábado: Razão x Emoção".
Conheça mais deste trabalho em https://www.facebook.com/objetosinanimadoscartoon/.