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- Fora da estante
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Enfileirados, cheios de histórias, páginas fechadas. De
longe nem uma palavra, nenhum rabisco percebi; apenas algumas cores,
que traziam as diferenças entre eles.
Aproximei- me, já pude ver
os títulos, pensar em ler algum; apenas pensamentos. Não sei se poderia ler até
o final, se de fato o título e a história estavam afins, me contive. Afinal nem
todos são possíveis ler em uma manhã, ou num dia! Precisaria de tempo,
paciência, de atenção; talvez uma indicação aguçaria minha curiosidade. A
consciência sugeria ler alguma coisa para não ficar parada no tempo. Mas os
passarinhos me diziam que tudo bem: voar é melhor do que ler sobre voos.
Decidi caminhar. Aqueles eram apenas livros
comuns. Ler me tomaria tempo, o que seria para ocupá- lo, estaria atrasando.
Atrasando possibilidades que são difíceis de serem escritas e descritas; sensações,
entendimentos e emoções únicas, que só desfrutamos vivendo. Sim, os livros
também as trazem a nós, com uma maior sensação de segurança, porém sem o
aprendizado orgânico de experimentar as dobraduras da vida; certamente há coisas
que melhor é não experimentar; uma leitura sábia já serve de alerta com relação
a elas. No entanto, ler e viver a seu tempo, é necessário.
As práticas
das lições as deixam gravadas em nós; apenas as visualizando, com a leitura,
vão se apagando da memória como o momento que nos afastamos do espelho e nossa
imagem parece apenas uma ideia vaga de quem somos; diferente de quando as
praticamos.
Por isso tão
importante é com Deus andar, e deixar que a memória de um dia apenas ter ouvido
falar nele, sem viver em sua presença, vá ficando cada dia mais distante dos
passos que hoje temos firmado ao seu lado. Assim será possível saber que a leitura
vale a pena, e que um bom livro pode chegar com propósito em sua vida.
Bárbara Uinan