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quinta-feira, 22 de setembro de 2016
Sabe aquela... Reflexão óbvia que te chama para realidade? (Se você achou que o complemento da pergunta era outro, a culpa não é minha =X) Dia desses tava, como de costume, rindo dos vídeos da Fabiolinda Melo no Youtube e me chamou atenção um em que ela contava sobre coisas da vida de recém-casada. Ela falava sobre ter tudo em comum com seu novo cônjuge - tudo mesmo.
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Poiser. Talvez você seja uma pessoa "romantística" e esteja achando tudo isso lindo, mas para mim é um pouco confrontador. Sou o tipo de pessoa que mora dentro do quarto. Quase tudo que eu preciso está aqui (de onde converso com você agora). É MEU espaço, arrumado do meu jeito, meu santuário. É um privilégio ter um quarto só para você. Antes de minha irmã casar, dividíamos este espaço e não era muito legal. Lembro que na adolescência dela a metade do quarto era cheia de pôsteres de Xandy do Harmonia do Samba, e eu acordava vendo aquilo todo dia. Felizmente não desenvolvi traumas. =P É bom poder me trancar aqui, estudar, ler a Bíblia, orar quando eu quiser, ligar e desligar o ventilador a meu gosto.
Sei que casando isso tudo vai mudar. A divinamente louca matemática do casamento é a do 1+1=1. Então, como na igreja primitiva, vocês passam a ter tudo em comum: a família, o espaço, as contas, a rotina, os filhos. Você deixa de ser apenas eu (sem deixar de ser você, ser humano único no mundo, sem deixar de ter amigos próprios e momentos de saudável solitude), mas passa a constituir o nós. Me fascina perceber que "Nós", gramaticalmente, é também primeira pessoa como o "Eu", uma única pessoa, mas uma pessoa do plural. Cara, que fantástico! Juridicamente, sua certidão de nascimento dá lugar à certidão de casamento, é como se da união dos dois, nascesse uma nova e única vida, ambos ali agora registrados em um único documento. Biologicamente também esse mistério se torna real nos "serumaninhos" que geramos: dois escritos em um só código genético. "Tal ciência é para mim maravilhosíssima!"
Que Deus nos capacite a deixarmos todo egoísmo e aprendermos a ser um plural: respeitada a pluralidade, que vivamos a mais perfeita unidade no amor de Cristo.
Ósculos singulares,
Iky Fonseca