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- Medo (des)necessário
quinta-feira, 27 de julho de 2017
Um dia desses conversando com uma colega
sobre uma apresentação que ela fez, ela
me falou sobre o medo que sentiu para executar esta tarefa. Diante do sucesso que eu
presenciei, eu disse:
Medo desnecessário!
Mas depois fiquei pensando, era
desnecessário mesmo? Não falo da capacidade dela, porque ela realmente foi bem, mas
comecei a pensar também sobre minhas próprias experiências. Ela preparou tudo com muito cuidado, mas ainda assim preferiu repassar a
apresentação para algumas pessoas para assegurar que tudo sairia ótimo. Mesmo lidando com público desde criança (coisas de quem cresce frequentando comunidades cristãs), esse medo também é recorrente para mim.
Pensei comigo que o medo colabora para que a
gente se dedique, se esmere sobre algo. Ao não "superestimar" nossa
própria capacidade diante dos desafios, nos entregamos mais, mergulhamos,
ouvimos outros, pesquisamos, damos o nosso melhor. Percebi naquele momento que
o medo, desde que não se torne um impeditivo, não é um super vilão.
O
medo nos faz mais cautelosos e talvez mais prudentes. Enfrentá-lo é uma
necessidade, ignorá-lo é vaidade irresponsável. O medo existe para que nos
entreguemos ao amor que pode lançá-lo fora e quando isto acontece, descobrimos
novas realidades muito além de nossa imaginação. Não estou aqui "encorajando o medo", mas demonstrando que podemos e devemos usá-lo em nosso favor, muito mais como um freio para segurança que um cabresto controlador.
Ósculos santos,
Iky Fonseca