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- Rabiscos de Sábado: E, quando a opção é recomeçar?
sábado, 30 de setembro de 2017
Compreender, teoricamente, que
cada coisa tem o tempo exato de começar e terminar é fácil. Na escola primária,
aprendemos que o ciclo da vida é limitado entre o nascer, crescer, reproduzir e
morrer. Hoje, quando olho pra minha vida particular e reconheço o movimento do
tempo, percebo que de fato na dimensão do aqui e agora, nada é eterno. Como bem
diz o Provérbio Português “Não há bem que sempre dure e nem mal que nunca se
acabe”. Seja um namoro de cinco anos, onde as promessas de um casamento são
esvaziadas pela rotina; a escolha de prender-se em um relacionamento abusivo mesmo
com provas constantes de desamor, que impedem o projetar de um milagre que salve
o casal que nunca foi de dois ou a ilusão do quase amor que deixou de ser, sem
nunca ter sido: chega o momento em que somos levados para o fim, a morte, a
interrupção da rota que exige uma mudança de direção definida por nós mesmos.
“ Entendeu que as cartas pensadas e nunca escritas, não seriam lidas por esse alguém que em uma terça-feira qualquer, saiu do lugar de mais um rosto na multidão e preencheu seu imaginário com leves e doces sonhos de um futuro a dois. Mesmo ele não tendo entrado na sua vida, não sabia bem o que fazer com o coração que estava arrumado e ansioso por sua chegada. Olhou para dentro e viu as memórias dos encontros casuais organizadas cronologicamente; sabia que era necessário se desfazer de tudo aquilo. Não queria mais vê-lo. Desejava tornar-se invisível, pois seria muito cruel lidar com sua gentil presença em mais um encontro casual. Bagunçou-se para terminar o relacionamento estável que tinha desenvolvido com a ilusão. As caixas cheias do que se tornou lixo emocional, ilustravam a necessidade e única opção que ela poderia escolher naquele momento: recomeçar!”
Todo fim pressupõe a necessidade
de um novo começo, mas nem sempre estamos dispostos a empreender dentro de nós,
pois fazer uma faxina e descartar o lixo emocional é o tipo de ação que além da
dor, dá muito trabalho. Aqui, quando
escrevemos sobre relacionamentos focamos nos solteiros, pois antes do SIM
existe uma gama de possibilidades, ações e escolhas que podem ser acionadas no
movimento da vida que traz e leva todas as coisas. No primeiro texto, pontuei
que biblicamente estávamos baseados no entendimento que “Tudo tem o seu tempo
determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o
que se plantou (Eclesiastes 3: 1-2)”. Faz-se necessário que entendamos: cada
conclusão de ciclo, exige de nós tempo e espaço para que a casa interior seja
arrumada, oportunizando assim o recomeço. Muitas pessoas trocam de amor como
quem muda de canal na TV ou se livra dos anúncios no YouTube, pois no mundo, existe uma visão distorcida de que
a única coisa que cura a frustração de um amor mal sucedido ou não
correspondido é um novo relacionamento.
Cuidado! Ninguém tem como ocupar
seus espaços vazios. Esse dom não foi dado aos humanos. Pensar que um novo
relacionamento vai completar ou refazer sua vida do ponto em que ela parou é um
engano. Não invista na “tentativa e erro”
quando o assunto é a sua saúde emocional, diante de relacionamentos amorosos
que não deram certo. A dor que nos obriga a pensar em novos rumos precisa ser
encarada como um impulso pra frente e não como uma ancora que nos prende no
mesmo lugar. Você não precisa ser de todo mundo na tentativa de sufocar a
tristeza, frustração, solidão e o vazio de estar sem o “BoyUnção” ou a “Toda
Abençoada”. Aproveita e faça da única
opção sua melhor escolha... Recomece!
A vida tem dessas coisas... Em meio aos sins e
nãos ela só espera uma atitude / escolha de nós: coragem.
Beijos e Queijos,
Gratidão ao Guilherme Bandeira, pela liberação do uso de
seus cartoons nos meus "Rabiscos de Sábado: Razão x Emoção".
Conheça mais deste trabalho em https://www.facebook.com/objetosinanimadoscartoon/.