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- Uma tarde de agosto
domingo, 24 de agosto de 2014
Era mais tarde de um dia cinza do mês de agosto. Nada
mudava, tudo continuava do jeito que estava. Quando é que os meus olhos
enxergariam algo novo? Da janela do meu quarto eu só via o céu escurecido. Só
havia escuridão. Mas eu resolvi sair de casa, coloquei em meus pés aqueles
sapatos velhos, dos quais eu não largava já fazia anos. Uma jaqueta velha e
jeans combinou com meu cabelo mal preso.
Depois de tudo isso, para onde ir? Foi o que eu conseguia
pensar naquele momento, e por andar sem rumo encontrei o velho balanço que ia
quando criança e lá encontrava o meu Pai sempre. Sentei e decidi me balançar,
o vento frio cobria o meu corpo, e temi continuar naquele lugar. Uma lágrima
escorria dos meus olhos e a velocidade não deixava os meus pés tocarem no chão,
foi aí então que eu percebi que não estava mais sozinha e que meu Pai havia
chegado e estava a me balançar, a me acalentar. E eu não falava nada, mas Ele
sabia exatamente o qual era o estado do meu coração.
Um sussurro dEle me fazia
lembrar dos tempos passados, dos dias de alegria naquele mesmo lugar onde hoje
era tristeza. Por um instante ele parou de balançar e então pude olhar nos seus
olhos e sentir aquela paz que eu tinha perdido. Naquele mesmo momento o sol
surgiu entre as nuvens e aqueceu o meu coração, com um beijo na testa e uma
promessa que ia ficar tudo bem ele se despediu, e eu voltei para minha casa.
Agora em segurança podia ver que algo havia mudado que algo
podia estar diferente, mesmo estando insegura ainda.
Ao olhar meu quarto sombrio e frio, por um fio me esquecia
daquela tarde especial que havia tido. Deitei sobre os lençóis amassados e
úmidos por lágrimas derramadas, fechei os olhos e com uma esperança muito
forte pôde lembrar-me das promessas do meu querido Pai, e isso me fez lembrar
que amanhã é setembro e a primavera vem chegando!
Por Isabelly Santos