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sábado, 7 de outubro de 2017
Dormir é uma das coisas mais extraordinárias
da vida. E o melhor: é de graça =)! Sentir os pensamentos se perderem em uma
sensação de relaxamento muito peculiar, aconchegar-se em um lugar confortável e
mergulhar no “universo paralelo”, onde aprendizados e memórias podem ser
roteirizados pelo subconsciente virando sonhos e/ou pesadelos. Adormecendo,
sentimos que de alguma forma a vida dá um intervalo, onde os olhos fechados nos
libertam da realidade, às vezes dolorosa, do cotidiano.
Bocejos indicavam que o corpo tinha uma petição: cama! O leito de sonhos e repouso parecia uma zona de conflito. Roupas, cadernos, notebook e a toalha molhada faziam parte do caos que, surpreendentemente, era muito confortável. Os travesseiros recebiam com carinhos, aqueles pensamentos bagunçados. O edredom do inverno entrou na primavera para aquecer o corpo, enquanto os pés tomavam a fresca da madrugada. Reviravoltas na cama, até aquietar os pensamentos e adormecer. Sonhos e pesadelos se misturaram durante a noite. Dormia e acordava, repetidamente, logo, não descansava. O sono direcionava tudo ao seu redor. Dias e noites sem fim. Silenciosamente, pensava que não havia melhor lugar no mundo que sua cama. Se pudesse, apenas dormiria. Na verdade, intimamente, já estava fazendo isso.
Creio que com o passar dos anos,
minha necessidade de dormir tornou-se mais forte. Antigamente,
entregar-me ao sono parecia um desperdício de tempo, afinal a vida estava lá
fora. Agora, qualquer trinta minutos depois do almoço é valido para que, eu
exerça o ato popularmente denominado de “Jiboiar”, ou seja, comer e dormir. A
rotina de trocar o dia pela noite muda nosso perfil de sono, diminuindo ou
aumentando drasticamente as horas que dedicamos a ele. Pessoas com depressão,
ansiedade e outros quadros psicológicos, muitas vezes recorrem ao sono como um
lugar onde não precisam ser, pensar e decidir nada. Certa vez, conversando pelo
telefone com um amigo, enquanto estudávamos Provérbios, confessei que andava
mais sonolenta que o normal, e o pior era saber que mesmo dormindo o acordar
sempre era cansativo. Para minha surpresa, um sonoro "eu também" ecou
do outro lado da linha. Siiim... Nossa geração tem se tornado refém de um sono
que de alguma forma prende, limita e não cumpre sua função essencial: promover
o descanso do corpo e, até mesmo, da consciência.
O sono profundo, nem sempre é uma
realidade, afinal nem todo mundo consegue desligar-se dos problemas e deixar o
corpo dormir. Outras escolhem esse lugar de inércia como a fuga perfeita, onde
nada pode atacar e pesadelos são apenas imagens desfeitas, com um simples abrir
de olhos. Adormecer torna-se o lugar do isolamento e quem recorre a esse
recurso, por vezes esquece que quem “Busca satisfazer seu próprio desejo aquele
que se isola; ele se insurge contra toda sabedoria (Provérbios 18:1)”. Mesmo
que, em alguns momentos o sono pareça o melhor lugar, a vida nos diz de
diversas formas que precisamos ir para fora. Também em Provérbios 20:13, somos
exortados a não amar o sono, para que não empobrecermos; abrindo nossos olhos
para que nos fartemos de pão. Sugiro que comecemos reorganizando nossos
horários de sono, melhoremos nossa alimentação, agarremos a Palavra como nossa
amiga e encontremos as estratégias para que dormir seja um momento de repouso e
não uma caverna, onde nos escondemos de nós mesmos.
Beijos, Queijos e aquelas divinas 8h de sono por dia,
Gratidão ao Guilherme
Bandeira, pela liberação do uso de seus cartoons nos meus "Rabiscos de
Sábado: Razão x Emoção". Conheça mais deste trabalho
em https://www.facebook.com/objetosinanimadoscartoon/.