quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
Sempre que chegava tinha uma história pra contar. Mas, nos últimos dias a história era a mesma:
-Quero ser cantora de ópera!
Logo alguém pedia pra que cantasse.
- Óhh, óohhh, óoohhhh!!!- ecoavam os agudos felizes.
Não havia quem não gargalhasse. Não é que era afinada?! A mãe gritava lá da frente:
- Menina!!
- Mamãe, eles que estão pedindo!- respondia.
De fato havia se tornado um momento cheio de graça. Alguém perguntou:
- Onde aprendeu a cantar ópera? Foi em algum desenho?
-Foi assim: Um dia eu estava pulando e então comecei a gritar. Aí, vi que minha voz fazia esse som: óh! óoh! óhhh! Quer ver? Faz aí pra você vê como é!- contava muito consciente do surgimento de seu novo sonho. Que graça! Não demorou muito pra que soubesse que aqueles gritos afinados poderiam ser ópera.
Que coisa! Que sonho esquisito. Uma amiga diria: excêntrico! Sonhos são sonhos, uns mais intrigantes que outros. o.O
Quem irá dizer que não é possível que seja cantora de ópera? Nem pense nisso. Você também não diria. Olha, olha olha, deixe de coisa! Não diga nada!Haha
Mas, às vezes um desses sonhos borbulham em nossos corações e de repente o chamamos de "esquisito". "Esse aí, é coisa de maluco. Quem em sã consciência sonharia com isso?". "Cantora de ópera? Não, não dá!". Sonhos são revestidos de liberdade. Espaços sem correntes. Que podem se expandir ou retrair. Alguns precisam morrer como as sementes, pra que outros possam nascer. Mas, ainda que o campo esteja vazio, é só questão de tempo adubado para eles germinarem. Como anda a terra do seu coração?
Ao homem pertencem os planos do coração, mas do Senhor vem a resposta da língua.
No mundo "da lua", com os pés na terra,
Babi Uinan
